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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Hessen, Johannes, Teoria do Conhecimento


UNIVERSIDADE SÃO MARCOS


MESTRADO EM EDUCAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E COMUNICAÇÃO













Professora Drª Eliane Alcântara Teixeira








APLICAÇÃO DE JORNAL ESCOLAR NO ENSINO FUNDAMENTAL E OUTRAS MÍDIAS

      







José Cláudio Diniz Couto





2010


    

















PROBLEMATIZAÇÃO:

         Os jornais e as mídias estudados como instrumentos para a formação escolar e sua possível aplicação.



HIPÓTESE
          Jornais Escolares e outras mídias podem ser ferramentas eficazes para o amadurecimento lingüístico e artístico e formação de valores para os alunos do Ensino Fundamental.





















     Johannes Hessen que introduziu a Teoria do Conhecimento como uma disciplina da filosofia explica que a essência do conhecimento está estreitamente ligada ao conceito de verdade. Sua obra Teoria do Conhecimento traz no histórico Platão, Aristóteles de Descartes, Espinosa e Kant, assim como Schelling e Hegel, nela procura demonstrar que no fundo a filosofia assume um caráter puramente formal, metodológico. O pensamento filosófico desenvolve-se apoiado em dois eixos: visão de si (microcosmo) versos visão de mundo (macrocosmo). A filosofia, ou o “amor à sabedoria ou aspiração ao saber, ao conhecimento” é uma tentativa do espírito humano de atingir uma visão de mundo, mediante a auto-reflexão sobre suas funções valorativas teóricas e práticas.
     O conjunto de fatores que apresentarei a seguir causou-me certo desconforto suscitando uma hipótese cujo objeto seria o conjunto de variáveis relacionadas ao jornal escolar enquanto ferramenta educacional, a reflexão sobre tais fenômenos propiciaria a almejada apreensão do objeto, ou seja, o conhecimento verdadeiro de Hessen, o conhecimento efetivo em que se defrontam consciência e objeto, sujeito e objeto.
     O contexto da pesquisa restringe-se à consignação de papéis importantíssimos à escola, como cultivo, difusão e transmissão de valores entre os alunos incluindo o universo de suas relações, muitas vezes complementados apenas pela vivência cada vez mais restrita que a criança possua com os pais em casa. Mesmo muito recentemente, as crianças desfrutavam de maior convivência familiar, onde recebiam lições de valores, dentro da mais estrita tradição oral, fator este que aos poucos vem se perdendo. A escola acaba representando importante espaço de convivência, incentivado pelas políticas públicas, em decorrência do incremento da importância do trabalho no seio da família pós-moderna. De maneira que, em algumas situações, a escola substitui as relações familiares. Este problema é enfrentado mundialmente inclusive pelas nações mais desenvolvidas, um sintoma da globalização. Stuart Hall entende que a globalização consiste em permeabilidade das fronteiras nacionais como fator de unificação do mundo, donde as identidades culturais em vias de homogeneização (Hall, 2000), e o caráter pós-moderno da família. O convívio escolar neste contexto constitui-se em um conjunto de interações, no cenário atual, que oportunizará ao estudante experimentar o verdadeiro valor de um aprendizado significativo. Seria a formação do eu no “olhar” do Outro. Lacan explica que quando a criança iniciar relação com o sistema simbólico exterior vivenciará a língua, a cultura e a diferença sexual. “Uma pessoa é definida pelo relacionamento que estabelece com outras pessoas e com outros seres em geral. Nascemos indivíduos, mas a nossa tarefa é nos tornarmos pessoas, graças a relacionamentos mais profundos e mais intricados, mais altamente desenvolvidos.” (Capra, 1998).
     A criança desfruta de amparo e proteção, estando sob a guarda e tutela da sociedade, que impõe regras, limites e leis que visam cercá-la e protegê-la de eventuais perdas e danos que determinadas interações possam lhe causar. Em observância à Lei cinemas, teatros, casas de shows e até programas de televisão apresentam o crivo da intervenção do estado limitando a idade dos expectadores. É temor social de que eventuais interações, confrontadas com a ingenuidade da criança tragam-lhe algum prejuízo, exortam-se aos pais e responsáveis que vigiem e orientem suas crianças para que elas adquiram, mesmo que aos poucos, atitude perspicaz frente às diversas situações que a envolverão durante a vida. Responsabilidade dos pais, responsabilidade da escola também, um espaço não só de educação, mas de convivência construtiva.
     Paulo Freire associa a educação à libertação, não como um ideal abstrato, mas como um desafio histórico. Essa libertação não se dá dentro da consciência dos homens, isolada do mundo, senão na práxis dos homens dentro da história que, implicando a relação consciência-mundo, envolve a consciência crítica desta relação (Freire, 1979). Nos textos e livros que Paulo Freire produziu, podem ser identificadas aproximações com diversas áreas do conhecimento, percebe-se a comunicação como uma delas. Aulas de leitura e interpretação de textos, onde os professores procuram despertar o espírito critico, a partir da analise de diversas situações vividas ou não, contadas e recontadas pelos alunos, é a base não só para a produção como para consumo de textos informativos.
     Freinet na França, assim como Janusz Korczak na Polônia, já imprimiam seus jornais no inicio do século passado época em que os educadores encontravam enormes dificuldades materiais e políticas para executar seus projetos. Hoje, diferentemente, os computadores vieram a facilitar enormemente o trabalho docente, pouco esforço é suficiente para publicar na internet ou imprimir nas modernas impressoras os assuntos convenientemente escolhidos. Porém existe um razoável esforço para ilustrar que, o que há no universo da informação não seja, necessariamente, expressão da verdade. Não se deve crer em tudo, não é por que está impresso em jornais, ou por que aparece na internet que determinado assunto seja verdade. A análise crítica seria uma ferramenta no combate às verdades tendenciosas que as mídias oferecem como fluxos tributários de correntes de pensamentos cujos interesses nem sempre são os mais honestos. A escola disporia, para introduzir e discutir tal conteúdo do mural montado nas paredes que não teria fim em si mesmo. As discussões que provierem de sua leitura poderia ser o caminho para a interpretação critica e cética de sua mensagem. A evolução desse mural seria a impressão mais elaborada no formato de jornal, uma maior divulgação dos temas tratados na sala de aula com a possível ampliação do número de leitores. A impressão de um jornal escolar, cem anos depois de Freinet e Henrich Goldsmith (Korczak), jamais se consistiria em novidade, entretanto seria um degrau no sentido da aquisição das novas mídias, sob o ponto de vista do usuário leitor, ponto número um; número dois, sob a figura do usuário produtor de informações a serem divulgadas nos blogs e sites disponíveis na internet. Nesse caso a produção de um jornal escolar seria uma estratégia da escola com o fito de fornecer à sociedade internautas céticos e comprometidos com os valores e a verdade do que por ventura venham a divulgar no hipertexto, sob os auspícios da metalinguagem, criados e esculpidos como resultado dessas publicações (Castells 1999, p. 354).
     A responsabilidade da escola é muito questionada neste quesito, não podendo se furtar, tanto que sua modernização inicia-se com as lousas interativas plugadas na internet em substituição ao quadro negro. Caberá aos educadores abarcar aquilo que já vai lá fora, no tempo livre dos alunos, de modo a orientá-los favorecendo sua atitude perspicaz frente às ameaças do ciberespaço. A comunicação pode ser um elo articulador entre escola e família na conquista dessa almejada atitude. Este elo seria o objeto de minha dissertação. Meu olhar estaria focado na hipótese de que os jornais escolares e outras mídias poderiam ser ferramentas eficazes para o amadurecimento lingüístico, artístico e formação de valores dos alunos do Ensino Fundamental. Ou seja, as variáveis relacionadas ao jornal escolar corresponderiam ao objeto da minha pesquisa. Hessen afirma que o objeto estaria eternamente separado do sujeito. O pensador entende que há correlação entre sujeito e objeto, pois no objeto há aquilo que ainda é desconhecido, e no sujeito, aquilo que ele é sendo apto a sentir e a querer. Em sua obra Hessen estuda as relações entre o sujeito e objeto e conclui que enquanto o objeto cessa de ser objeto ao separar-se da correlação, o sujeito apenas deixa de ser sujeito cognoscente. A correlação entre sujeito e objeto só não é dissolúvel no interior do conhecimento, ela também só não é reversível enquanto o sujeito apreende o objeto. Ao espreitar o objeto o sujeito disporia de um método científico. O método fenomenológico “procura apreender a essência geral no fenômeno concreto” (Hessen). A pesquisa-ação de Thiolent é caracterizada pela possibilidade de intervenções do sujeito dirigidas ao objeto. "Pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo." (Thiollent, 2005). De modo que a aplicabilidade dessa metodologia na observação do jornal escolar não significaria distanciamento das premissas de Johannes Hessen, pois o transito do pesquisador nos meandros do objeto torna-se necessário na medida em que há viabilidade da construção do objeto enquanto a pesquisa se desenvolve.

Bibliografia:

CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação. Trad. Álvaro Cabral. São Paulo. Cultrix, 1993
_____O tao da física. Trad. José Fernandes Dias. São Paulo. Cultrix, 1995.
CASTELLS, Manuel, A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura, Vol. II e III, FCG
FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade. Rio de Janeiro. Paz e Terra, 1979.
_____Educação como prática de liberdade. Rio de Janeiro. Paz e Terra, 1982.
_____. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro. Paz e Terra, 1981.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 4ª. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.
HESSEN, Johannes. Teoria do Conhecimento, trad. Port., 4ª Ed., Coimbra, A Amado, 1968
THIOLLENT, Michel. Metodologia Ação Da Pesquisa trad. bras. Editora: Cortez Edição. Ed: 2005




UNIVERSIDADE SÃO MARCOS


MASTERS IN EDUCATION, ADMINISTRATION AND COMMUNICATION













Professor Dr Eliane Alcântara Teixeira








IMPLEMENTATION OF ELEMENTARY SCHOOL IN NEWSPAPER AND OTHER MEDIA

      







José Cláudio Diniz Couto





2010


    

















PROBLEMATIZATION:

Newspapers and media studied as instruments for schooling and their possible application.



HYPOTHESIS
School Newspapers and other media can be effective tools for the linguistic and artistic maturity and values formation for students.





















Johannes Hesse who introduced the theory of knowledge as a discipline of philosophy explains that the essence of knowledge is closely linked to the concept of truth. His theory of knowledge brings Plato, Aristotle's history of Descartes, Baruch Spinoza and Kant, as well as Schelling and Hegel, it seeks to demonstrate that deep philosophy assumes a purely formal character, methodological. The philosophical develops relied on two axes: vision of itself (microcosm) verses worldview (macrocosm). Philosophy, or the "love of wisdom or aspiration to learn to know" is an attempt of the human spirit to achieve a worldview, by self-reflection on their theoretical and practical valorativas functions.
The set of factors that will present the following caused me some discomfort arousing a hypothesis whose object would be the set of variables related to school journal while educational tool, the reflection on such phenomena would provide the desired object's seizure, i.e. the true knowledge of Hessen, the actual knowledge that consciousness and object, subject and object.
The context of the search is limited to the assignment of roles, as critical to school cultivation, dissemination and transmission of values between students including the universe of their relations, often supplemented only by living increasingly restricted that the child has with parents at home. Even quite recently, the children enjoyed greater familial, where he received lessons of values within the strictest oral tradition, this factor that gradually comes getting lost. The school has just representing important space of co-existence, encouraged by public policy, because of the increasing importance of the work within the family post-modern. So that, in some situations, the school replaces the family relationships. This problem is faced worldwide including the most developed nations, a symptom of globalization. Stuart Hall understands that globalization consists of permeability of national borders as a factor of unification of the world, where the cultural identities in the process of homogenization (Hall, 2000), and character post-modern family. The conviviality school in this context consists of a set of interactions, in the present scenario, which opportunity students experience the true value of a meaningful learning. I would be the formation of the "look" of another. Lacan explains that when children start relationship with the symbolic system outside vivencia language, culture and sexual difference. "A person is defined by establishing relationship with others and with other beings in General. Were born individuals, but our task is to become people, thanks to deeper relationships and more intricate, more highly developed. "(Capra, 1998).
The child enjoys amparo and protection under the custody and protection of society, which impose rules, limits and laws aimed at surround it and protect it from any damages that certain interactions may cause you. In compliance with the law cinemas, theatres, venues and even television show the sieve of State intervention limiting age of viewers. Is social fear that any interactions, confronted with the naivety of children bring him some prejudice, urged parents and guardians to monitor and guide your children so that they acquire, even if slowly, insightful front on various attitude situations that involve throughout life. Responsibility of parents, school also responsibility, a space not only educational, but constructive coexistence.
Paulo Freire Associates education to liberation, not as an abstract ideal, but as a historic challenge. This release is not inside the minds of men, isolated from the world, but in the praxis of men within the story involving any respect conscience-world, involves critical consciousness of this relationship (Freire, 1979). In the texts and books that Paulo Freire has produced, can be identified approximations with several areas of knowledge, communication as one. Lessons in reading, where teachers seek to awaken the critical spirit, from the review of various situations experienced or not, counted and retold by students, is the basis not only for the production and consumption of informational texts.
Freinet in France as well as Janusz Korczak in Poland already printed their newspapers at the beginning of last century era where educators were huge political and material difficulties to run their projects. Today, unlike computers came to facilitate greatly the teaching job, little effort is enough to publish on the Internet or print in modern printers conveniently chosen subjects. However there is a reasonable effort to illustrate that, what's in the universe of information is not necessarily expression of truth. Shouldn't believe in everything, it isn't why is printed in newspapers, or by appearing on the Internet that particular subject that is true. Critical analysis would be a tool in combating truths biased media offer as streams tributary streams of thoughts whose interests are not always the most honest. The school would have to introduce and discuss such content of mural mounted on the walls that wouldn't end in itself. The discussions that come from your reading could be the way to the interpretation criticizes and skeptical of your message. The evolution of the mural would be the most elaborate print in newspaper format, greater dissemination of subjects dealt with in the classroom with the possible expansion of readership. Printing a school journal, a hundred years after Freinet and Henrich Goldsmith (Korczak), never would consist of novelty, however it would be a step towards the acquisition of new media, under the user's point of view, point number one reader; number two, under the figure of user producer of information to be disclosed in blogs and websites available on the Internet. In this case the production of a school journal would be a strategy of school in order to provide the society netizens skeptics and committed to the values and truth of the event will disclose the Hypertext, under the auspices of the metalanguage, designed and sculpted as a result of these publications (Castells 1999, p. 354).
The responsibility of the school is very questioned in question cannot avoid, so much that its modernization begins with the interactive plugged in internet in replacement to Blackboard. It will be the educators embrace what already going out there in the leisure of students, so as to guide them favoring his attitude insightful threats from cyberspace. Communication can be a link between school and family articulator in conquering this rough attitude. This link would be the object of my dissertation. My eyes would be focused on the assumption that the school newspapers and other media would be effective tools for the ripening, artistic and linguistic training values of elementary school students. IE, variables related to school would correspond to the object newspaper of my research. Hessen asserts that the object would be eternally separate from the subject. The thinker thinks that h á correlation between subject and object, because the object there is what is still unknown, and on the subject, what he is being able to feel and want. In his work Hessen studies the relationships between the subject and object and concludes that while the object is object to separate yourself from the correlation, the subject just crashes be cognoscente subject. The correlation between subject and object just isn't dissolutely inside knowledge, she also just isn't reversible while the taxable learns the object. To pry the object the subject would have a scientific method. The phenomenological method "seeks to seize the essence General in concrete" phenomenon (Hessen). Action research for Thiolent is characterized by the possibility of interventions of subject addressed to object. "Action research is a kind of empirical social research based which is conceived and developed in close association with an action or a collective problem and in which researchers and participants representing the situation or problem engage cooperatively or participatory." (Thiollent, 2005). So that the applicability of this methodology in observation school journal not mean distancing premises Johannes Hesse, because the transit of the researcher in the intricacies of the object becomes necessary insofar as there is feasibility of constructing the object while the search develops.

Bibliography:

Fritjof CAPRA,. Point mutation. Trad. Álvaro Cabral. São Paulo. Cultrix, 1993
_____ The Tao of physics. Trad. José Fernandes Days. São Paulo. Cultrix, 1995.
CASTELLS, M anuel, the information age: economy, society and Culture, vol. II and III, FCG
FREIRE, Paulo. Cultural action for freedom. Rio de Janeiro. Paz e Terra, 1979.
_____ Education as the practice of freedom. Rio de Janeiro. Paz e Terra, 1982.
_____. Pedagogy of the oppressed. Rio de Janeiro. Paz e Terra, 1981.
H ALL, Stuart. Cultural identity in post-modernity. 4th. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.
HESSEN, Johannes. Theory of knowledge, trad. Eng., 4th ed., Coimbra, Beloved, 1968
THIOLLENT, Michel. Search trad Action Methodology. bras. Publisher: Cortez Edition. Ed: 2005


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