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quinta-feira, 7 de maio de 2009


INDIOS




Alguns cientistas acreditam que os índios americanos são autóctones, o seja o homem americano teria surgido na América independente do surgimento do Homo sapiens na África. Outras correntes acreditam contrariamente, nas grandes migrações desde o surgimento do homem moderno na África até sua travessia pelo Estreito de Bering congelado quando teria passado a ocupar as Américas. Para os cientistas os índios brasileiros demoraram muitos anos a se adaptarem às rigorosas condições impostas pelas matas tropicais. A principio o excesso de sol e calor e posteriormente o isolamento nas matas e o aproveitamento do que as matas pudessem oferecer para seu sustento e sua prole alem da segurança ou falta dela, fatores que teriam originado a riqueza cultural dos indígenas brasileiros com a qual os colonizadores se depararam não só no Brasil como em todas as Américas. Tanto é fato que os Maias uma civilização conhecida apenas pelo seu legado, mesmo antes de Cristo tinha o calendário astral totalmente documentado até o ano de 2012, documentos deixados por eles inscritos em rochas das construções piramidais abandonadas há séculos. Povo esse cuja cultura a principio desprezada, hoje já se sabe que eram inclusive mais adiantados que os próprios europeus em sua época. Os Astecas e os Incas que foram destruídos pelos espanhóis e sua visão utilitarista, usaram da guerra e armas poderosíssimas, que inclusive dizimaram muito pouco em relação às doenças trazidas e as vezes disseminadas propositalmente pelos europeus. Culminando no maior genocídio que a história jamais documentou.
Os Índios brasileiros sofreram horrivelmente com estas mazelas pois não tinha resistências às doenças importantes, não tampouco a uma simples gripe, aldeias inteiras eram dizimadas por gripes, sarampo, catapora e outras doenças corriqueiras.   Se por um lado as doenças eram transmitidas involuntariamente, algumas vezes e até recentemente chegaram a ser transmitidas de forma criminosa com finalidades escusas. 
No começo nossos índios interpretaram a chegada dos brancos com alguma curiosidade, não tinham uma visão mais prudente sobre os estrangeiros, que foram bem recebidos, dentro de sua simplicidade. Dentro de sua cultura amavam ao próximo e a ele se dedicavam, concedendo-lhe o que necessitassem, o que fosse que lhes pedissem.
Malgrado toda tolerância do povo indígena, sua hospitalidade, prevaleceu a ignorância a péssima conduta, os estupros, os homicídios os seqüestros entre tantos outros pontos que levam o brasileiro a repensar a validade da intrusão portuguesa em seu território.
Um povo que valorizava o ser, a alegria de viver em harmonia inclusive com a natureza. Agora cativo das vontades truculentas de uma raça dita superior.
Se um povo ou uma tribo era belicosa e tinham suas diferenças com outra, isso é perfeitamente normal até na sociedade moderna, por que não? 
O que não se pode pensar é que por causa de seus usos ou costumes seriam eles uma povo inferior perante aos demais, notadamente em relação aos ibéricos, beligerantes, truculentos e dominadores. Não eram! Não são!  
Entretanto submeteram-se às vontades dos posseiros e passaram a lhes prestar serviços que antes não os faziam nem para si mesmos, já que tinham se adaptado perfeitamente aos benefícios que as floretas lhes davam, estavam habituados à fartura, e à escassez de alimentos, assim como ao convívio aos animais selvagens, aos peçonhentos, sua vida tinha sentido, pois viviam, vamos dizer assim, numa espécie de paraíso terreno, onde a propriedade da terra era de todos assim como seus frutos, sua fartura, seus dramas, seus caos.
Vieram as sesmarias as terras foram divididas já não se podia mais pisar em todo territórios e a fome chegou, a injustiça, o domínio do forte sobre o fraco chegou, e finalmente a escravidão se impôs.
Os índios não sabiam trabalhar à moda dos  europeus, mal aprenderam a usar o machado para extrair o pau Brasil, depois disso somente a chibata os fez aprender um pouco, o descontentamento era geral, jamais um índio dentro de sua cultura iria se submeter a ninguém muito menos a quem ele desprezava do fundo de suas vísceras, antes morrer a beneficiar uma amizade que não há! e vieram os confrontos os índios que não morreram de morte matada, morreram de tristeza. Muitos foram caçados pelas bandeiras, não se fizeram escravos. Nunca! preferível morrer à mingua... Os posseiros, seqüestradores                     auto denominados colonizadores acostumaram-se a chamar aos índios de preguiçosos e assim, depois de eliminar quase uma raça, optaram por outra fonte de mão de obra barata o trabalho executado por africanos desterrados, seqüestrados, escravizados...  
Por que os Africanos? Estes conheciam bem a terra e suas teimosias plantavam bem, conheciam os mistérios da lavoura da cana, do garimpo, da lavras, entendiam de siderurgia, de obras e construções. Os africanos sabiam das coisas, tinham muito mais tecnologia que o homem médio europeu, e por isso eram a melhor opção para o trabalho, pois alem de tudo eram dóceis e se submetiam aos outros. A África com seu clima hostil, vez por outra deixa as pessoas abandonadas quase à morte, há milênios o homem se vende ou aos seus como escravo em troca da sobrevivência, nesse caso o escravo aos poucos se reabilita e mais tarde ele poderá deixar esta condição e quem sabe ser ele próprio dono de escravo, ou seja no modelo antigo africano a escravidão é aceitável pois trata da sobrevivência, e não é vitalícia, existe a mobilidade social. Assim foi e continua sendo a escravidão como modelo de estrutura social em determinados nichos na África.  Estavam acostumados assim, porem lá se um escravo passa a crescer dentro do clã pelo seu trabalho passa a ter o respeito dos demais e sobe dentro da tribo alem dos limites da escravidão.
 No caso do trafego negreiro, especialmente no caso brasileiro a escravidão exacerbou-se tornou-se maligna diante da opressão sem limites numa terra sem leis. Aqueles que escravos se submeteram aos portugueses, como agradecimento, conheceram a chibata, a dor, o desprezo, a amargura de uma vida breve, desperdiçada nas mãos injustas dos colonizadores abençoadas pela igreja e agraciadas pela coroa.

Um dia a coroa portuguesa através de Pombal desentendeu-se com um dos ramos da igreja católica, os jesuítas. Fundamentalistas e também importantes na colonização não só do Brasil como da América latina, em correntes messiânicas levavam as novidades aos selvagens, principalmente aquelas que advinham dos céus. Para traduzi-las aos índios, os jesuítas aprenderam sua língua o tupi e mais tarde introduziram o português e a cultura européia aculturado os índios de forma que logo passaram a se comunicar em português, e principalmente passaram a entender o valor do trabalho e a questão da organização social do Brasil ainda incipiente. Os índios passaram a gozar de alguma fluência na participação social dos primórdios do Brasil e de algum respeito elevando sua auto estima perante a sociedade em formação. Alguns índios aprenderam a escrever a usufruir da arte, musica entre outros aspectos culturais europeus aos poucos introduzidos através das missões dos padres Leonardo Nunes, Jose de Anchieta, Manuel da Nóbrega entre tantos outros representantes da Igreja e ao mesmo tempo do Estado. 
Através dessa parceria  brancos e índios erigiram igrejas e povoados e trataram de atrair mais índios para seu rebanho. Em pouco tempo havia muita gente falando português e entendendo de economia internacional uma nova ordem se instalou em terras tupiniquins e o tupi a língua mãe já seria uma vertente pouco falada no povoado de São Paulo nos anos  1600. Foi dali que partiram as bandeiras para desbravar novas terras, estavam mesmo era de olho na possibilidade de encontrar e aprisionar mais índios para o trabalho “voluntário”.  No percurso das bandeiras surgiram as esmeraldas o ouro e os escravos passaram a ser mencionados como mercadoria de menor valor. 
Essa visão das bandeiras caçadoras e escravisantes só faz sentido quando se olha pelo ângulo também dos jesuítas, estes últimos tinham uma visão pouco utilitarista dos escravos buscavam sua conversão, mas por outro lado não se tem noticias de suas asas protetoras sobre os índios, alias alguns deles estudaram muito e tornaram-se padres, mas os outros eram massa de manobra na mão de religiosos para proteção da megalópole que estava surgindo nos idos da colonização e de outros povoados que nunca saíram da estagnação econômica como é o caso de Itanhanhem. 
Entretanto numa demanda a balança pendia em favor dos brancos e os índios eram arrastados e açoitados em direção ao local onde deveria prestar sua “solidariedade” a sociedade brasileira em formação afinal todos tinham que dar sua contribuição. 
Os índios também entregavam-se mutuamente: uma tribo ajudava a caçar a outra delatando sua posição e outras escaramuças que somente beneficiaram os estrangeiros. Uma pena!


 













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